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Entidades garantem que 2010 foi o ano do ressurgimento da lavoura cacaueira

Entidades representativas da lavoura cacaueira reuniram a imprensa nesta terça-feira (14), em Itabuna, para mostrar os avanços alcançados em 2010 e os planos para 2011. O presidente da Associação dos Produtores de Cacau (APC) e diretor-geral da Biofábrica, Henrique Almeida; o chefe do Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec/Ceplac), Adonias Castro; o presidente da Câmara Setorial do Cacau, Fausto Pinheiro; o secretário-executivo do Instituto Cabruca, Durval Libânio e o do Grupo Pensar Cacau, Águido Muniz foram unânimes ao classificar 2010 como o ano do ressurgimento da lavoura cacaueira no sul da Bahia.

“Foi o fim de uma década difícil para a região”, sentenciou o chefe do Cepec, listando alguns avanços conquistados pela Ceplac na atual gestão. “Diminuiu a incidência de vassoura-de-bruxa no campo e a produção, em alguns casos, dobrou”, diz Adonias Castro, pontuando a intensa pauta da Ceplac de atividades dirigidas ao produtor. “Fizemos mais de 40 eventos de aproximação com o produtor em 2010, ampliamos o diálogo com as instituições parceiras, sobretudo as voltadas para o meio ambiente e intensificamos o esforço para o registro definitivo do Tricovab – o biofungicida elaborado pelos pesquisadores do Centro de Pesquisas do Cacau, desde 1999, com fungo antagônico ao da vassoura-de-bruxa – nos órgãos competentes”.

O presidente da APC e diretor-geral da Biofábrica também enxerga 2010 como um marco para a cacauicultura baiana. “As entidades ligadas ao setor se fortaleceram e estão atuando em parceria, garantindo saltos importantes, como a liberação de R$ 6 milhões pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e Ceplac para a Renorbio, destinados às pesquisas relativas à vassoura-de-bruxa e produção de clones resistentes e tolerantes ao fungo Moniliophthora perniciosa, causador da doença. Outro impulso fundamental foi a inclusão do cacau no FNE Verde (Programa de Financiamento à Conservação e Controle do Meio Ambiente), luta capitaneada pelo Instituto Cabruca e defendida por todos nós”, ressalva Henrique Almeida.

O ano de 2010 foi igualmente promissor para o Instituto Biofábrica de Cacau. Segundo Henrique Almeida, a entidade reorganizou suas finanças, quitou dívidas trabalhistas e, principalmente, retomou a produção que estava praticamente estagnada. “A produção de mudas saltou de 146 mil mudas para 1,5 milhão de mudas, graças ao esforço coletivo para redução dos custos e incremento da unidade de fabricação, onde estamos reformando os viveiros, com recursos alocados no Orçamento da União pelo deputado federal Daniel Almeida”.

As melhorias na Biofábrica foram possíveis graças às inúmeras parcerias criadas pela atual gestão, sobretudo com a Ceplac que resultou no ‘Programa Da Porteira para Fora’, para estimular a substituição do plantio de mudas seminais por mudas enraizadas (clonais), que têm qualidade genética, geram mais frutos, custam menos e são mais fáceis de manejar. “E ainda poderemos avançar mais ainda em 2011, com a liberação de R$ 200 mil alocados pelos deputados federais Daniel Almeida e Geraldo Simões”, completa Henrique Almeida.

Novo ciclo de desenvolvimento regional

Os avanços da lavoura cacaueira foram vistos nos setores tecnológico, político e econômico. Para Águido Muniz, do Grupo Pensar Cacau, tudo isso foi possível graças à parceira entre as diversas instituições. “A Ceplac alcançou um salto qualitativo no campo e a APC abriu novas perspectivas para os produtores”.

O presidente da Câmara Setorial do Cacau, Fausto Pinheiro, pontua a fortalecimento institucional da região que visa, entre outras metas, o financiamento das unidades produtivas de chocolate. “Não seremos mais apenas meros produtores de amêndoas de cacau; queremos entrar no mercado de chocolate”, diz ele.

Durval Libânio, do Instituto Cabruca, complementou a lista do incremento da lavoura cacaueira em 2010, citando como bom exemplo a participação premiada dos produtores baianos no Salão do Chocolate de Paris, onde o cacau produzido em Ilhéus foi eleito o melhor da América do Sul. “Outro salto importante foi o início do processo de produção de madeira legal, registrado em Camacan, onde uma empresa licenciou 600 metros deste produto, abrindo uma perspectiva enorme para resolver um dos grandes entraves desta região, que é a extração clandestina de madeira”.

Para Libânio, o sul da Bahia está dando um passo considerável em direção a outras perspectivas ambientais, sociais e econômicas. “Por isso, lutamos também pela indicação geográfica do Sul da Bahia, criação dos cursos de Engenharia Florestal e Engenharia de Alimentos na Uesc, ampliação das ações da Ceplac e pela implementação de um programa de silvicultura que impulsione a economia local a partir do cacau, chocolate e turismo, alcançando não só as zonas rurais como também as zonas urbanas”, completa.

Por:  Erivaldo Bomfim

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