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Em Ilhéus, depois das homenagens a São Sebastião, agora é a vez de Iemanjá

Concluindo as homenagens a São Sebastião, já reverenciado durante as festas da Puxada do Mastro e da Lavagem da Escadaria da Catedral, foi realizada na última quinta-feira (20) a programação religiosa dedicada ao padroeiro dos estivadores e machadeiros de Ilhéus. Além de uma novena, a programação incluiu alvorada à meia-noite; missa solene, às 9h30min; caminhada de fé, às 16h30min; e encerramento oficial, com uma grande celebração eucarística, por volta das 18 horas. Tanto a missa, na parte da manhã, como a procissão, que percorreu as principais ruas do centro da cidade, quanto a celebração eucarística, realizada na Catedral de São Sebastião, foram prestigiadas prefeito Newton Lima, a primeira-dama, dona Inês Tavares, o vice-prefeito Mário Alexandre, e o presidente do Sindicato dos Estivadores de Ilhéus, Emerson Tavares, entre outras autoridades.

Depois da Puxada do Mastro e da Lavagem da Escadaria da Catedral, o calendário de eventos populares de Ilhéus reserva para o próximo dia 2 de fevereiro a tradicional Festa de Iemanjá, considerada por muitos como a maior manifestação pública do candomblé baiano. Mais uma vez, o evento deverá contar com a participação de centenas de pessoas, oriundas de diversas etnias, crenças e religiões que, todos os anos, levam presentes à Rainha das Águas, fazendo um pedido ou agradecendo uma graça recebida. Ao som dos atabaques, sempre com banhos de água de cheiro e entrega de pipoca pelas baianas, as homenagens serão iniciadas a partir das 10 horas com uma grande queima de fogos. O ponto alto da festa acontecerá por volta das 16 horas, quando uma procissão marítima, formada por dezenas de embarcações, sairá das praias do Cristo e da Maramata com destino ao alto-mar onde serão depositadas as oferendas.

Tradição - Mantendo uma tradição que está completando 30 anos, a Festa de Iemanjá é promovida pela Prefeitura, com a participação dos terreiros de Mãe Carmosina, Mãe Laura, Pai Toninho e Pai Atanagildo. “Assim como nos outros anos, muitas flores, perfumes e espelhos estarão entre os presentes mais ofertados à rainha as águas. Os devotos de Iemanjá conhecem sua vaidade e, por isso, não deixam esses itens faltar nos balaios”, afirma Pai Toninho. Em Ilhéus, a Festa de Iemanjá foi iniciada em 1981 por Mãe Carmosina e Pai Pedro Farias. Iemanjá é proveniente de uma nação chamada Egbá, na Nigéria, onde existe um rio com o mesmo nome. Ela seria filha de Olokum (mar) e mãe da maioria dos orixás. Sua cor branca está associada à Oxalá. Juntos, eles teriam criado o mundo. Na África, Iemanjá é associada à fertilidade e à fecundidade. Nas danças míticas, seus iniciados imitam o movimento das ondas, executando curiosos gestos, ora como se estivessem nadando no mar, abrindo os braços, ora levando as mãos à testa e elevando-se ao céu, indicando as diversas variações das ondas do mar.

Na maioria de suas representações, Iemanjá segura um leque de metal e um espelho. A Rainha das Águas possui diversos nomes referentes à diversidade e às profundidades dos trechos do rio “Yemoja”. Para os adeptos do candomblé, Iemanjá simboliza a criação efetivada. O seu leque, chamado abebê, tem em seu centro um recorte, onde surge o desenho de uma sereia. Em outros modelos do apetrecho, constam a lua e a estrela. Complacente, é responsável pela pescaria farta, além da vida com abundância de alimentos. Ela não lembra a volúpia das sereias ou a lara     indígena, mas é representada e cultuada com muito respeito, pois é a “mãe da criação”.

Sincretismo - Existe um sincretismo religioso estabelecido entre a santa católica Nossa Senhora dos Navegantes e a orixá da Mitologia Africana Iemanjá. Em alguns momentos, festas realizadas em homenagem às duas se fundem. No Brasil, tanto Nossa Senhora dos Navegantes como Iemanjá tem sua data festiva no dia 2 de fevereiro.        
                  
A lenda diz que Iemanjá transformou-se num rio para correr mais depressa e fugir do seu marido, Okere, que a maltratava. Ele a perseguiu com seus exércitos até a casa de seu pai. Quando a alcançou pediu que voltasse. Como não foi atendido, transformou-se em montanha para barrar sua passagem. Então Iemanjá pediu ajuda a Xangô, o orixá do fogo, raios e trovões. Xangô juntou muitas nuvens e com um raio provocou uma chuva que encheu o rio. Com outro raio partiu a montanha em duas. Assim, Iemanjá pôde correr para o mar. Mais tarde, seguindo o povo iorubá, atravessou o oceano protegendo os escravos das tormentas e, chegando à Bahia, fez do exílio seu reino.

Por: Maurício Maron
Assessoria/Ilheus

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