Durante uma Audiência Pública realizada na última quarta-feira (20), na Casa do Educador, representantes da Comissão responsável pelos estudos do tombamento do prédio São Vicente de Paula – antigo Colégio Divina Providência – debateram com a sociedade de Itabuna sobre o seu reconhecimento cultural. Na oportunidade, também foi discutida a futura instalação de um empreendimento onde funcionarão lojas das redes Americanas, Silva Calçados e Farmácia Pague Menos.
A referida comissão é composta pelos advogados Sidenilton Pereira (que atua como presidente) e Veneranda Andrade, além do secretário de Indústria e Comércio, Carlos Leahy.
Sidenilton Pereira lembrou que o decreto que declarou o tombamento do prédio São Vicente de Paula foi efetivado no final do ano de 2008. No entanto, tal reconhecimento não foi legalizado, já que algumas diligências legais não foram levadas a efeito, como o registro do tombo no cartório da cidade. Por conta disso, a expectativa é de que todo esse processo seja regularizado, com a finalidade de preservar a história e gerar em torno de 600 a 700 empregos com a instalação do novo empreendimento.
“O prefeito Capitão Azevedo, preocupado em preservar a cultura e a memória do povo de Itabuna, constituiu essa comissão responsável por estudar a viabilidade e levar a efeito os atos de tombamento. [Então], a pretensão do município não é destombar, não é apagar a história, a memória do povo; muito pelo contrário, é regularizar a questão do tombamento que não está regularizado e, em especial, permitir que novos empreendimentos sejam erguidos, que novos empregos sejam gerados para possibilitarmos o desenvolvimento da nossa cidade”, argumentou.
Estudo
Durante o encontro, o presidente da Comissão apresentou algumas imagens que revelam o estado de deterioração e abandono do prédio São Vicente de Paula, que se resumem em infiltração, focos de dengue e a existência de plantas na área interna. Na oportunidade, ele apresentou um projeto de como deverá ficar a fachada do novo empreendimento, que inclui a preservação da frente do prédio, com as suas cores e objetos originais. Além disso, para realizar uma comparação, Dr. Sidenilton exibiu ao público imagens de prédios com fachadas históricas preservadas em alguns estados do país.
Desenvolvimento econômico
O integrante da comissão, Carlos Leahy destacou que a ideia é conciliar a geração de empregos e a valorização daquela área comercial, já que muitas lojas estão concentradas na avenida Centenário e não existe mais espaço para crescer naquela localidade. “Então, eu acredito que ali não é somente a geração de empregos, é a manutenção do próprio prédio, já que existe a responsabilidade do empreendedor de manter a fachada do prédio, a utilização do espaço ocioso, com a geração de empregos e também a questão da descentralização do comércio de Itabuna para outros lugares, para que possa crescer o comércio de rua”.
O representante do empreendimento, Daniel Soares Neto ressaltou que a preocupação da empresa está fundamentada em participar do desenvolvimento da cidade, no que diz respeito a sua história e a geração de empregos. “Nunca foi a nossa intenção destruir a história de Itabuna. Desde quando adquirimos o empreendimento foi de preservar a parte do prédio histórico, que ocupa cerca de 20 % da área”, declarou.
Além de autoridades municipais, alguns representantes da sociedade de Itabuna estiveram presentes ao debate, como o presidente UAMI - União das Associações de Moradores de Itabuna, Juscelino Nunes Barros e empresários daquela localidade, que defenderam a instalação de novos empreendimentos na cidade, visando o fortalecimento econômico com a geração de empregos, mas sem esquecer-se de preservar a cultura local.
FICC
O projeto que vislumbra a regularização do tombamento e a instalação de um empreendimento comercial na rua São Vicente de Paula também foi debatido pelo presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania, Cyro de Mattos, que além de uma manutenção da fachada do prédio solicitou a instalação de um acervo histórico. “A solicitação da Ficc é de que não só seja mantida fachada externa e do lado direito, mas que seja construído no interior desse prédio um memorial para que seja colocada a história desse prédio, através dos documentos, das fotografias e todo um acervo”.
De acordo com o presidente da comissão, Sidenilton Pereira, representantes do novo empreendimento terão alguns dias para elaborar e apresentar o projeto a Ficc e a Comissão com a inclusão de um memorial no prédio.
Por:Viviane Cabral – Foto: Vinicius Borges – 25/04/11www.itabuna.ba.gov.br
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