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PAIXÃO DE CRISTO DE ITABUNA: EMOÇÃO QUE SE RENOVA

Do ponto de vista de tudo o que se aprende na escola e na igreja, a Semana Santa é aquele momento em que as manifestações espirituais e religiosas conduzem as pessoas à um processo de reflexão sobre vida e morte, elevação da alma e recomeço de vida.

A sexta-feira Santa e o domingo de Páscoa provocam pontos de interrogação precisos sobre qual é o real sentido da vida. Isto porque, diante de tantas efemeridades, não há como não se emocionar com a história de Jesus Cristo, personificando o próprio Deus (o Pai), que deixou a maior mensagem de amor já relatada na história.


A história, aliás, quase todo mundo já conhece. Pode-se pensar que relatá-la ano após ano faz sucumbir quaisquer possibilidades de observá-la por novos aspectos, novas narrativas, mas, em se tratando da Paixão de Cristo produzida pela Prefeitura de Itabuna, através da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC), o que se comprova é justamente o contrário.

A montagem reuniu um elenco com 87 atores, todos da cidade, para, juntos, registrarem numa linguagem teatral essencialmente grapiúna, um espetáculo que revigora o surgimento do Cristianismo no mundo.

Os investimentos da FICC giraram em torno de R$60 mil. A apresentação, dirigida por Marquinhos Nô, contou com uma superestrutura de luz, som e tecnologia. Quando da primeira cena do espetáculo  e  da entrada dos primeiros atores em cena, na noite de sexta-feira (3), o silêncio da plateia era proporcional ao luxo e à riqueza da proposta artística apresentada.

Segundo cálculos da Guarda Civil Municipal, cerca de 8 mil pessoas estiveram no Estádio Luiz Viana Filho, que foi completamente estruturado para receber o espetáculo pelo segundo ano consecultivo.

Novidades tecnológicas

Para o professor Roberto José da Silva, presidente da FICC, o espetáculo “Paixão de Cristo” desse ano veio com algo novo: o aparato tecnológico deu  um charme a mais ao espetáculo. “A cada ano, o espetáculo que conta a história de Cristo  tem algo diferente. Para 2015, não economizamos nas novidades. O cenário está todo ele baseado na sobreposição de imagens articuladas num telão de led. O conjunto de equipamentos que conseguimos para iluminar a cena da Ascensão de Cristo também é novo, todo ele monitorado e controlado a distância por computadores. As lâmpadas são como ‘mini robôs’ que atendem a comandos específicos. Para além disso, as luzes foram complementadas com um show pirotécnico de primeiríssima qualidade. Tudo para encantar os expectadores”, explicou.    

Ícany Mendes, técino de som, disse que um dos segredos do sucesso do espetáculo são os efeitos especiais. “Nós preparamos grandes novidades para o público: o som é controlado por uma mesa computadorizada que praticamente avalia automaticamente a melhor possibilidade de sonorização para o ambiente onde a peça é apresentada, para alcançar com eficiência ao público, em quaisquer partes da arquibancada. Instalamos também máquinas de fumaça, que, aliadas aos efeitos de luz, ajudam a construir a atmosfera que envolve cada momento da peregrinação de Jesus Cristo. E a ‘cereja do bolo’ de tudo isso é o telão de led. Então, se a cena acontece dentro de um palácio, a gente constrói o cenário com a imagem do palácio ao fundo. Se a cena acontece num deserto, também conseguiremos dar a ideia do deserto com essa imagem ilustrando tudo. Então, tudo se constrói com uma qualidade de imagem realmente espantosa”, ratificou Mendes.  

Expectativa antes do espetáculo

Minutos antes do espetáculo ser iniciado, a expectativa de todos os envolvidos, desde quem estava lá para assistir até àqueles que estavam diretamente envolvidos com a produção era muito grande. Palco montado, atores nos últimos instantes de preparação, passagem de som, o clima de “Paixão de Cristo” começou a se moldar a partir das músicas religiosas que serviam como plano de fundo para o momento de espera.

Para Marquinhos Nô, diretor geral do espetáculo, “nessa hora a gente está funcionando a 360 quilômetros por hora e ligados na corrente de 220 volts. É com essa ‘energia’ que a gente início à peça. Ao mesmo tempo, a gente tem a calmaria também. Aqui, a gente sabe que tudo está no lugar, tudo foi explicado, tudo foi resolvido. Então, é só relaxar e deixar acontecer. O bom é que a gente já pegou uma estrutura praticamente pronta a partir do espetáculo que apresentamos em 2014, então tivemos figurino pronto, o texto de Équio Reis também é o mesmo que utilizamos no ano passado. Então, tudo parece que fica mais fácil. Mas, apenas parece, porque na hora em que as cortinas se abrem e o espetáculo se inicia, então eu saio da corrente de 220 volts e entro numa de 520 volts. Não dá para negar!”.

O ator Ramon Vane, especialmente convidado para integrar o elenco, intérprete de Herodes Ântipas, disse que este é a quarta vez que faz a peça “Paixão de Cristo” em Itabuna. “Eu vou tentar repetir esse ano a mesma emoção de sempre. Se eu conseguir um pouco dessa emoção, para mim, isso já vai valer a pena. O melhor de tudo é essa integração entre os atores que estão chegando agora, que já têm experiência, com os mais novos, que estão começando e chegando com vontade de fazer bonito. Isso é lindo!”, explicou.

Ana Cláudia Moreira, moradora do bairro Manoel Leão, disse, antes do início do espetáculo, disse que estava ali pela primeira vez, com a filha e com uma sobrinha, além das amigas que a acompanharam. A expectativa, segundo ela, era a melhor possível, “mesmo porque é a história de Jesus, então somente isso já é um bom motivo para gente se encantar”.

Aurelino Souza Santos, morador do bairro de Fátima, que já assistiu ao espetáculo em Itabuna por várias vezes, disse que fez questão de prestigiar, tendo estado presente no Itabunão ele e a esposa. Ele disse que, “apesar de em 2015 a apresentação ter um palco a menos, a gente sabe do esforço de todo mundo e que a história é muito bonita. Então, a gente fica realmente se preparando para passar por uma emoção grande”.


Encerramento com chave de ouro

Ao final da apresentação, a proposta do espetáculo atinge o seu objetivo. Apesar de se tratar de uma história que todos já conhecem, a emoção realmente se renova. O público presente aplaudiu de pé numa salva de palmas que durou mais de cinco minutos.

O elenco fez uma homenagem ao diretor geral do espetáculo, Marquinhos Nô, adentrando o palco principal e gritando o seu nome. A homenagem foi recebida com entusiasmo tanto pelo próprio diretor, quanto pela equipe de trabalho da FICC.

Nô explicou que “nesse momento, quem se esforça para fazer uma boa direção, quem está na labuta desde o dia 3 de fevereiro de 2015, acaba por receber essa homenagem com uma sensação de grandeza, de alegria e de exaltação; tudo se transforma numa mistura de trabalho, de dever cumprido. A cena em que Jesus levita, na ressuscitação me deixou arrepiado, e tudo isso só é possível por causa do apoio da FICC”.  Ainda sobre a homenagem que recebeu, o diretor completou: “é sinal que o elenco me aceita, me aprova, acredita no meu trabalho, gosta de mim”, concluiu.

O ator Alex Francis disse que é emocionante ser alçado a trinta metros de altura e sentir o calor do público, mesmo que distante. “Isso me dá a certeza de que estou no caminho certo na carreira profissional que eu escolhi para mim. A gente quer passar uma mensagem, e a resposta do público é a certeza de que a mensagem chegou no coração das pessoas”, disse Francis.

Da Assessoria da FICC

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