Os estudantes do
curso de pós-graduação em Gestão de Negócios em Cacau e Chocolate, da Faculdade
de Ilhéus, encerraram as atividades letivas de 2016, em dezembro, com uma
visita ao Centro de Inovação de Cacau da Joanes (Olam) - indústria de
processamento de amêndoas de cacau instalada no Distrito Industrial de Ilhéus,
sob a gerência de Cláudio Gomide. Foram acompanhados pela coordenadora do
curso, professora Ana Magnavita, e a professora e chocolatier Miriam Rocha
Pinkowski, da disciplina Aplicações em Chocolataria I, e recebidos pela gerente
de Desenvolvimento de Produtos e Inovação da Joanes, Danielle Costallat.
Ao longo deste semestre,
os estudantes da pós-graduação em Gestão de Chocolate, curso pioneiro na Bahia
e único das Regiões Norte e Nordeste, interagiram com diversas unidades de
produção de cacau e chocolate, através de aulas práticas realizadas no Centro
de Desenvolvimento e Capacitação Tecnológica da Ceplac, conhecido como Fábrica
de Chocolate, no Instituto Federal Baiano (IFBaiano), no Instituto Cabruca e na
Fábrica de Chocolate Mendoá, além de visitarem uma fazenda de turismo rural, a
Irerê.
Segundo a professora,
nessa etapa, foram abordadas a parte teórica e prática da têmpera e
cristalização do chocolate, moldagem e saborização, e também a elaboração de recheios,
a partir de uma ganache, que é uma desconstrução da estrutura do chocolate com
introdução de gorduras. “Fiquei feliz e entusiasmada com a abertura desse Centro
de Inovação de Cacau. Acredito que a Olam abre uma porta de colaboração entre a
indústria, o mercado acadêmico e o mercado gourmet. A premiunrização é uma
tendência comprovada no mercado e através desse Centro vamos poder realizar
trocas e experiências para os diversos segmentos”, afirmou Miriam Pinkowski.
Sobre
o curso – O diretor da Faculdade de Ilhéus, Prof. Almir
Milanesi, declarou que “A partir do convite da gerente Internacional de
Negócios da FIEB, Patrícia Orrico, que sugeriu a montagem desse curso, logo
abraçamos a ideia. Foi o projeto ideal para a nossa instituição envidar
esforços no sentido de contribuir com o soerguimento do principal produto desta
região, o cacau, utilizando a formação em pós-graduação como ferramenta para
esse objetivo.“.
A arquiteta Taty Bonfim,
aluna da pós-graduação, revela: “Estou amando o curso e acho que todos estão,
embora com algumas expectativas um pouco diferentes. Tem pessoas que estão mais
focadas no cacau, outras no chocolate; tem módulos que interessam a uns mais
que outros. No meu caso, estou aberta, então, tudo está me despertando ideias
de empreender. Estou com ideias de melhorar a produção da fazenda. Visitamos a
fazenda Irerê, já tive ideia de Turismo Rural. E também já estou começando a
fazer o meu espacinho da chocolataria, que em 2017 a gente pretende montar
pra iniciar as atividades. Meu sonho é fazer o chocolate com o cacau que eu vou
produzir. Quero selecionar algumas árvores, produzir, fermentar, secar,
selecionar e fazer o chocolate, cuidando das amêndoas, a partir da árvore mesmo”,
acrescentou.
Para a psicóloga e
psicopedagoga Izabel Mesquita, também aluna do curso, “o momento é muito
especial porque a gente consegue juntar os produtores, o pessoal do
assentamento, a indústria e o prazer de ser a primeira turma que vem ao
laboratório da grande indústria, que abre as portas e, nós todos, estamos
juntos e trabalhando para uma cadeia produtiva, realmente produtiva.”.
Mesquita enfatiza que a
abertura do Centro de Inovação de Cacau da Joanes “é um sinal de que alguma
coisa está mudando, porque antes a gente não conseguia nem chegar e hoje,
estamos aqui. Bem verdade que somos estudantes, mas, antes de mais nada, somos
produtores. O laboratório é fantástico, o pessoal da Joanes é muito legal,
muito receptivo, deixou a gente muito à vontade”, afirmou.
O produtor João Tavares recebeu por duas vezes consecutivas o prêmio cacau
de excelência “Cocoa of Excellence”, América do Sul, no Salon du Chocolat de Paris. Ele fornece amêndoas para as empresas
brasileiras de chocolate, Harald, Amma e a Nugali, que ganhou este ano uma
medalha de prata, categoria chocolate em barra intenso, em um concurso
promovido pelo International Chocolate
Awards, em Detroit,
nos Estados Unidos, entre participantes das
Américas e da Ásia.
Na opinião de Tavares, “as
duas inciativas, tanto da Olam/Joanes, com a construção do centro de inovação,
quanto da Faculdade de Ilhéus com a criação do curso, são muito positivas para
a região! As duas enriquecem a disponibilidade de serviços para o cacau e
chocolate, agregando valor intelectual. O nosso grande desafio é reconstruir
esta região, utilizando novas tecnologias!”, sentenciou o estudante da pós em
Gestão de Negócios em Cacau e Chocolate.
Por - Zé Carlinhos
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