Os dois respondem processos por improbidade administrativa e foram acusados de participação em esquema de desvios e fraudes em licitação em Santo Amaro e outras cidades
por
Gabriel Silva
Publicada em 17/12/2016 07:46:01
O prefeito de Santo Amaro, Ricardo Machado (PT), e seu vice, Leonardo Pacheco Araujo (PSB), foram afastados dos cargos por decisão da juíza Ana Gabriela Trindade, da 1ª Vara Cível de Santo Amaro. Os dois respondem processos por improbidade administrativa e foram acusados de participação em esquema de desvios e fraudes em licitação em Santo Amaro e outras cidades do estado. Com a decisão, a prefeitura vai ser comandada ate o inicio de janeiro pelo presidente da Câmara de Vereadores, Luciano Caldas (PCdoB).
A decisão de afastar o prefeito e o vice foi tomada com base em provas coletadas pelos investigadores da Operação Adsumus. Desde outubro deste ano o Ministério Público tentava convencer a procuradoria geral da Justiça a pedir prisão do petista e consequentemente a formação de uma forca tarefa para investigar o esquema. O MP da cidade acredita que a ação cível por improbidade será a maneira mais fácil de parar as ações de Ricardo Machado.
A fraude consistia em favorecer um grupo específico de empresas para a compra de materiais e locação de máquinas, que eram utilizadas na realização de obras prorrogadas indefinidamente sem justificativas plausíveis. A ação também ocorreu em Lauro de Freitas, Salvador e Camaçari, e visava combater fraudes em licitações, crimes de peculato e lavagem de dinheiro.
Segundo informações divulgadas pelo MP, as investigações mostraram uma vultosa movimentação financeira pelas empresas Grauthec Construtora Ltda, Oliveira Santana Construções, Serv. Bahia Locações de Máquinas e Equipamentos Ltda e Real Locações de Máquinas e Equipamentos Ltda.
Dos contratos investigados que somam R$ 370 milhões, somente em Santo Amaro, as fraudes são avaliadas em R$ 24 milhões. “A verdade é que quando a investigação avança descobrimos empresas de fachada para forjar a concorrência, assim aparentar legalidade em processos licitatórios. Na verdade, todas as empresas eram de um único grupo. Umas ganham, outras não ganham. É apenas para fingir o processo licitatório concorrido. Em algumas empresas, descobrimos que os sócios são laranjas”, declarou o promotor Aroldo Pereira, titular da 1ª Promotoria de Santo Amaro.
Em outubro, o Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJ-BA), por meio do desembargador Jefferson Alves de Assis, negou o pedido de soltura impetrado pela defesa de Bruno Antônio Moreira Cardoso, preso pela Operação Adsumus. Bruno e irmão de Ricardo e acusado de ter recebido R$ 646,36 mil em um esquema de corrupção que movimentava valores milionários por meio de contratos de obras públicas “que se arrastam no tempo”. A prática teria começado no ano de 2011 na Secretaria de Obras do município.
Comentários
Postar um comentário