A cerimônia que assinalou a passagem dos 60 anos de
criação da CEPLAC/MAPA, realizada nesta segunda-feira, 20 de fevereiro no
auditório do Cepec, na sede regional do órgão, foi marcada pela emoção e o
estabelecimento de compromisso com o futuro da Instituição.
Estiveram presentes representantes das Prefeituras
de Ilhéus, Itabuna, Uruçuca, Itacaré e demais municípios do Sul, Extremo-Sul e
Sudoeste, representados pelo prefeito Antonio Damasceno, Presidente da AMURC,
Governo do Estado da Bahia, representantes simbólicos do Senado Federal, Câmara
dos Deputados, Assembleia Legislativa da Bahia, vereadores, dirigentes de
instituições parceiras ligadas à lavoura cacaueira, presidentes de sindicatos
rurais, produtores rurais e funcionários da instituição.
O Governador da Bahia, Rui Costa, foi representado
no evento pelos secretários de Desenvolvimento Regional, Jerônimo Rodrigues,
Agricultura, Vítor Bomfim, Ciência, Tecnologia e Inovação, Vivaldo Mendonça, e
Meio Ambiente, Geraldo Reis. Registrou-se também a presença parlamentar através
da Senadora Lídice da Mata, deputados federais Davidson Magalhães e Bebeto e da
deputada estadual Ângela Souza, além de uma mensagem do Ministro da Secretaria
de Governo, do governo Federal, Antonio Imbassahy acompanhado pelo deputado
estadual Augusto Castro e a presença acadêmica pelos reitores da UESC, Adélia
Pinheiro, e UFSB, Naomar Almeida.
A cerimônia começou, após composição da mesa, com a
execução do Hino Nacional Brasileiro, cantado pelo coral formado por
funcionários da Ceplac, que também cantou belas músicas populares brasileiras,
a exemplo de Como é grande o meu amor por você e Não te esquecerei, que
empolgou, enterneceu e arrancou aplausos de todos.
A seguir, foram apresentados dois filmetes
históricos com passagens de momentos decisivos da trajetória da Ceplac
protagonizadas pela forte e solidária relação da Ceplac com dirigentes do
Conselho Consultivo dos Produtores de Cacau, iniciativa muito aplaudida.
O Superintendente Regional da Ceplac, Antonio
Zugaib, abriu a seção de discursos com saudação e agradecimento a todos que
engrandeciam o evento com suas presenças e fez um relato de passagens da
história da instituição, ressaltando desde a criação e o estabelecimento do
modelo vitorioso de pesquisa-extensão-educação-desenvolvimento regional,
rememorando fatos que evidenciavam a capacidade de superação dos vários
desafios que a Ceplac enfrentou desde o seu começo, até as atuais restrições
que a instituição vem sofrendo em seu modelo original e as dificuldades por que
passam a lavoura e os produtores de cacau.
Antonio Zugaib foi enfático com o que esperava da
Ceplac e da região, colocou sua visão sobre a contribuição do serviço de
extensão da Ceplac e afirmou que enquanto fosse dirigente regional lutaria pela
integridade do modelo pesquisa-extensão da Ceplac. Apresentou as
potencialidades que um modelo autônomo de Ceplac poderia desenvolver em
proveito das regiões produtoras de cacau, a exemplo da potencialização do uso
das dezenas de clones produtivos e resistentes a doenças, que a Ceplac tem
tecnologia para alcançar até 150 @/ha ou mais dependendo do sistema de produção
adotado, dependentes apenas do crédito ao produtor, destacou a capacitação dos
agricultores na produção do chocolate com alto teor de cacau feita pela Ceplac
e a consolidação do parque científico e tecnológico do cacau. Zugaib finalizou
exortando as lideranças a darem apoio à constituição de um fundo de apoio e
desenvolvimento à cacauicultura, tal como fez o Estado do Pará, e ao plano de
revitalização da Ceplac e concluiu: “Só existe região forte com instituições
fortes. Nos dê as condições necessárias que responderemos com desenvolvimento”.
A seguir, todos os componentes a mesa registraram suas
mensagens, revelando um sentimento de respeito à história e ao legado da Ceplac
e ao mesmo tempo estabeleceram compromisso com a luta pelo resgate e a
revitalização da instituição.
O representante do governador Rui Costa no evento,
Secretário de Desenvolvimento Regional Jerônimo Rodrigues observou que “o DNA
que está no sangue de todos Ceplaqueanos é o mesmo que corre nas veias dos
habitantes de toda região, é impossível falar na região cacaueira ignorando a
Ceplac. A Ceplac compartilha todas as vitórias e dificuldades e crises dessa
região. Rodrigues ressaltou que nenhuma instituição sozinha pode fazer
desenvolvimento e não se faz desenvolvimento sem um bom projeto e aqui na
região, as competências instaladas – universidades, Ceplac, instituições públicas
e iniciativas privadas - têm inteligência para, sob a liderança do Governo do
Estado, estabelecer um plano de desenvolvimento para essa rica região.” O
secretário recebeu das mãos do funcionário da Ceplac Antonio Fernando Ribeiro,
documento de revitalização da instituição e prometeu encaminhar e discutir com
o Governador Rui Costa.
O Secretário de Ciência e Tecnologia Vivaldo
Mendonça fez sua intervenção na qual expressou muita emoção ao afirmar que além
de Secretário de Estado, falaria também como Ceplaqueano que foi em sua
trajetória e formação e que lutaria por uma nova repactuação das relações para
uma Ceplac forte. “A Ceplac é a casa em que o produtor tem que se sentir à
vontade, utilizar seus serviços, seja na produção de flores, mel, peixes ou
chocolate. A Ceplac tem serviços que podem estar aptos a funcionar 24 horas por
dia em benefício dos produtores e da região.” Mendonça entregou um documento de
compromisso da secretaria que dirige, em parceria com a UFSB para construção e
instalação do parque tecnológico regional, no qual envolve a modernização dos
laboratórios do Centro de Pesquisas do Cacau, com investimentos até o ano de
2019. No final do seu pronunciamento o secretário Vivaldo Mendonça entregou a
Ceplac um troféu como o reconhecimento do estado pelo trabalho desenvolvido
pela Ceplac.
O Secretário de Meio Ambiente, Geraldo Reis,
assegurou que todos os programas e convênios estabelecidos entre a SEMA e a
Ceplac serão honrados e as portas da Secretaria estarão abertas para o
estabelecimento de novas parcerias. O Secretário também disse identificar na
região plenas condições institucionais para o estabelecimento de um plano de
desenvolvimento regional liderado pelo governo do Estado.
A senadora Lídice da Mata, que é considerada uma
das presenças políticas mais determinadas e representativas das lutas da
cacauicultura, fez um belo discurso de solidariedade à Ceplac e ao cacau e
afirmou “quero dar um viva aos 60 anos da Ceplac, dando um viva à nossa luta,
de fibra e garra. Precisamos ir em busca de vitórias, com a capacidade de nos
unirmos em torno das lutas que o cacau e a Ceplac precisam para aproveitarmos
as novas tecnologias, a economia criativa, a industrialização do cacau e a
produção de chocolate para o Brasil e para o mundo, o turismo rural, e
aproveitarmos as oportunidades e as potencialidades que temos aqui na região do
cacau”.
A Reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz,
professora Adélia Pinheiro, referiu-se à Ceplac como “uma instituição
indispensável para participar da construção de uma ambiência de produção
de conhecimento científico e tecnológico em benefício do sul da Bahia,
juntamente com a UESC, a UFSB e Institutos Federais. A minha satisfação e
reconhecimento à Ceplac nesses 60 anos, especialmente na época da FESPI”.
O Presidente da Associação dos Municípios do Sul,
Extremo Sul e Sudoeste-AMURC, e prefeito do Município de Itacaré, Antonio de
Anízio referiu-se à Ceplac como um patrimônio vivo e vibrante da região e
conclamou a classe política e todos os prefeitos representados pela instituição
que dirige para que façam em suas comunidades mobilização em apoio à Ceplac.
Antonio de Anízio afirma ainda que a AMURC fará uma marcha a Brasília para
defender interesses municipalistas e que vai incluir na pauta de reivindicações
ao governo Federal o apoio à revitalização da Ceplac.
O Reitor da Universidade Federal do Sul da Bahia,
Naomar Almeida, afirmou que “para mim os 60 anos da Ceplac é uma oportunidade
de contribuição e de construção solidária entre as instituições para o
desenvolvimento da região cacaueira. Estamos fazendo um programa integrado
envolvendo UFSB, CEPLAC; UESC e o governo Federal em que as instituições contribuem
para revitalizar os laboratórios da Ceplac e vamos restaurar a capacitação
científica e tecnológica do órgão. Se não existisse a Ceplac, a UFSB não
estaria aqui e isso é de grande importância para a nossa região cacaueira que
sempre valorizou a nossa Ceplac.”
O Deputado Federal Davidson Magalhães revelou que
propôs “formar um grupo de trabalho para tratar da Ceplac, do cacau e do
chocolate levando em consideração o futuro da Ceplac. Nesses 60 anos, temos que
agradecer aos funcionários que é o grande patrimônio que a Ceplac tem, foram
eles que construíram não só a instituição, mas que mudaram a nossa região
positivamente e dizer que ele continua nessa luta e coloca seu mandato à
disposição dos esforços pela revitalização da Ceplac e o seu fortalecimento”.
O Deputado Federal Bebeto, declarou que “os 60 anos
da Ceplac para mim representam um momento de alegria em que o passado dialoga
com o futuro e pensar na Ceplac nessa trajetória de 60 anos é compreender o
papel relevante que ela desempenhou na difusão das culturas rurais da nossa
região, na afirmação do desenvolvimento nas pesquisas, na extensão e na
educação, da economia rural, da economia do cacau da nossa região, mas pensar
também no papel dos técnicos, dos pesquisadores da Ceplac e o relevo que eles
tem tido e as contribuições para a Bahia, para o Brasil.”
Produtores de cacau Fred e
Elias Gedeon, Guilherme Galvão e Sergio Vieira.
O produtor rural Guilherme Galvão, na foto entre
companheiros produtores, fez um pronunciamento incisivo, cobrando pressa às
autoridades do Estado brasileiro no cumprimento de promessas aos produtores
“que vivem do que produzem”. Ele lembrou a necessidade da contratação de
funcionários para a Ceplac “que não cumpriram até agora”, cobrou a criação de
um fundo de desenvolvimento da cacauicultura e de aval para os produtores “com
a destinação de recursos das perdas de patrimônio dos produtores” e citou “a
perda de prédio na Av. Rio Branco, no Rio de Janeiro, da perda do prédio-sede
da Ceplac em Brasília e do CNPC na região, das perdas das áreas e instalações
das Emarc’s que poderiam ser transformadas em valores e colocadas nesse fundo
do produtor, porque tudo foi feito com o dinheiro dos produtores. Queremos
esses recursos dos produtores de volta e temos pressa, para não comprometermos
o futuro da cacauicultura”.
O Enganheiro Agrônomo e Extensionista Roberto
Setúbal, do Centro de Extensão da Ceplac/Cenex, fez um pronunciamento marcado
pela emoção daqueles que amam a instituição na qual trabalha e a ela dedica o
melhor dos seus esforços profissionais. Veja trechos:
“Meus amigos, esta é uma
Instituição séria. Ao longo de sua longa história não se registram casos de
comprometimento que não seja com o benefício do produtor de cacau e as regiões
cacaueiras.
Ter pesquisa e extensão é um
privilégio único no contexto das instituições agropecuárias brasileiras. A
Ceplac tem e, hoje, é modelo para o governo Federal implantar o sistema ANATER
de assistência técnica e extensão rural. Mas nós conseguimos isso com trabalho,
com dedicação e com exemplos. Nós temos grandes extensionistas, responsáveis
por um admirável trabalho de difusão tecnológica entre pequenos produtores,
elevamos a produção brasileira de cacau, temos colegas que saiam da hemodiálise
e vinha direto cumprir suas obrigações como funcionário da Extensão na Ceplac,
exemplo desse ícone da extensão da Ceplac que é Ivan Costa e Souza.
É isto que nos dá força para
defendermos o modelo ceplaqueno Pesquisa-Extensão com muita garra e dignidade!”
Que 60 anos que nada! Nós temos é
a idade dos séculos em que se cultivam cacau na região, desde que a primeira
semente foi colocada no solo sul baiano. E a Ceplac tem buscado honrar esta
tradição! A Ceplac é a nossa profissão de fé na região e na cacauicultura.”
Ao final do seu pronunciamento Roberto Setúbal foi
demoradamente aplaudido de pé por todo o auditório.
Da - Assessoria de Comunicação da Ceplac
22/02/2017
22/02/2017
Por: Raimundo Nogueira
Reportagens: José Hamilton e Luiz Fernando
Fotos: Aguido Ferreira
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